"Todos somos iguais, diferentes apenas na forma de ser igual" (Amindá). Igualdade e desigualdade andam de mãos dadas, impossível dizer que somos tão iguais com tantas diferenças, e impossível dizer que somos tão diferentes, com tantas semelhanças. No final somos apenas seres humanos tentando a sobrevivência.
Em toda a existência da humanidade as diferenças falam mais alto. Sempre houve o melhor e o pior, o opressor e o oprimido, o mais rico e o mais desfavorecido. A escravidão, talvez o início dessa desigualdade, iniciou-se se não nos falhe os registros, na Pré-História por volta de 3.500 a.C., na civilização Suméria na Mesopotâmia (atual Iraque), e foi se expandindo de acordo com o crescimento do comércio.
O tratamento e a forma de ser um escravo variava muito de acordo com os povos. No Egito Antigo, por exemplo, uma pessoa podia se vender como escravo em forma de trabalho forçado afim de pagar suas dívidas, também podia ser escravo apenas por nascer de um escravo e/ou punição por algo ilícito, e todos no final, levavam a vida semelhante a de um servo.
Maldito ser humano
Quem és tu
para ser movido a ódio
e sentimentos mundanos?
Quem és tu
para incriminar o negro,
escravizá-lo
e jogá-lo à esmo?
Quem és tu
para queimar judeus,
pessoas que tiveram os
mesmos sonhos que os seus?
Quem és tu
para massacrar homossexuais,
dizendo que eles não têm
direitos iguais?
Quem és tu
para impedir a entrada de imigrantes
e incriminá-los simplesmente,
no mesmo instante?
Tu és um ser repugnante.
Se esconde de boas intenções, amor,
mas não sobrevive
sem seu ódio errante.
Apesar de tal diferença ser abolida à muitos anos atrás, ainda há muitos resquícios em lugares, não somente em áreas rurais, mas em áreas urbanas também, como por exemplo asiáticos (na sua maioria chineses) em fábricas. Seria uma espécie de trabalho forçado e muito mal remunerado, como muitos definem, mas nada mais é uma espécie de escravidão contemporânea. Muitas vezes a insegurança, o medo, a impotência, a desinformação e a necessidade desse trabalho impedem uma suposta revolta de tais trabalhadores. E aí essa escravidão contemporânea está longe de se extinguir.
Quando você pensa em escravidão, a primeira coisa que vêm à cabeça com certeza é trabalho escravo negro. Há muito tempo num mundo não globalizado, viagens e informações de outros países e principalmente continentes, eram coisas apenas de viajantes, comerciantes e estudiosos mais cultos. Naquela época, muitas pessoas na Europa e na América não conheceriam um negro não fosse o trabalho de escravos vindo da África.
Se você notar na quantidade de negros pelo mundo, verá que os países com elevado contingente desta raça foram os que tiveram o episódio de escravidão de negros africanos. É uma espécie de imigração forçada. E mesmo sendo a maioria, como o é no Brasil (segundo a IBGE, em 2015 os negros representavam 53,6% da população), aquela historinha do negro ser inferior ainda permeia as cabecinhas humanas, e infelizmente a história que leva a tal infeliz ideologia é impossível de se apagar.
Não bastasse esse certo ódio pelos negros, séculos após, lá vem Hitler com o Partido Nazista expandindo a história da raça ariana pura (que teve sua origem com o diplomata e escritor francês Arthur de Gobineu [1806-1882] que acreditava que os povos europeus de raça pura branca eram descendentes do antigo povo ariano palavra qual significava "nobre") num misto de antissemitismo que desembocou no maior genocídio da história.
Para Hitler, existiam apenas três raças: as "fundadoras" ou superiores qual era o povo germânico, as "depositárias" que era o povo eslavo e as "destruidoras" ou inferiores, que tinha exemplo o povo judeu. Mas porque Zeus, esse ódio contra o povo judeu? Voltando ao antissemitismo (ódio aos judeus como nação) adivinhem só qual ditador aliado a qual partido remexeram as cinzas desse ódio...
O antissemitismo vem de épocas... lá da Antiguidade. Algumas seitas esotéricas julgavam a religião judaica como a religião do capiroto, e os judeus como propagadores de tal capirotagem, o qual iniciou-se a crença dualista do Bem e do Mal. Mais além na Idade Média, os nossos queridos cristãos adoraram essa ideia cabreira e condenavam os judeus à servidão perpétua dentre outras coisas, propagando uma ideologia demonizadora que culpou o judaísmo pela morte de Cristo (Jesus, que era judeu... pera aí que bugou). Pasmem...não para por aí! Além de judeus, foram mortos também ciganos, poloneses, comunistas. homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais.
E... puta que pariu! O cara desenterrou tudo isso, ligou os postos, planejou, e esquematizou o negócio antes mesmo do início da 2° Guerra Mundial, e como grande ditador de ótima retórica conquistou muito mais membros do que já havia no partido, e claro, propagou esse ódio no mundo todo.
A bela desculpa para a política de extermínio dos judeus e de povos não-arianos que até foram feitos experimentos por médicos e cientistas nazistas em macacos e arianos, comparando medidas às "raças comuns" no qual atualmente, cientistas desmentem essa teoria de raça ariana superior, ou seja, não passa de historinha pra boi dormir.
Décadas se passaram, e o ódio vai criando proporções e expansões diferentes. Por volta de 1999 foi criado um grupo militante chamado Tawhid qal-Jihad no Iraque, que começou com ataques suicidas contra mesquitas islâmicas xiitas, contra civis, instituições do governo iraquiano e soldados italianos que eram liderados pelos EUA, depois tornou-se o al-Qaeda do Iraque, e enfim Estado Islâmico (sementinha do ódio germinando em solo infértil).
Em 2014 acharam o suposto sucessor de Maomé, o então califa Abu Bark Al-Baghdadi. Agora, mais fortes do que nunca, ampliam seu território, suas leis de decapitação de inimigos, pena de morte a homossexuais, violência generalizada a muçulmanos xiitas e não-islâmicos intitulados como "infiéis" além é claro, de querer supostamente dominar o mundo, pois só Alá é o verdadeiro e único deus.
No mesmo ano, Barack Obama anunciou a reunião de 60 países para bombardear os territórios do EI, o qual só os EUA realizou ataques aéreos. Atualmente, já autorizada a construção do imponente muro México-EUA que já existe mas que irá ser fortificada e virá até a ser "impenetrável", é uma superficial desculpa para a não entrada da "escória mexicana" segundo os americanos, mas nada mais é do que uma tentativa de barragem para imigrantes, principalmente terroristas.
Deuses, o mundo sendo dividido e a volta da raça superior, mais voltada à Revolução dos Bichos "Todos os animais são iguais, mais alguns são mais iguais que os outros", eis a semente do ódio já crescendo em solo Norte-americano.
É uma futura-próxima derradeira separação mundial, enquanto territórios são aterrorizadamente expandidos pelos membros do EI. É a bomba relógio tiquetaqueando e talvez até com data de explodir. Ódio que gerou ódio, em um mundo movido à ódio.
É impossível, depois dessa Retrospectiva do Ódio, não achar que o mundo não vai acabar em ódio. Sempre vão achar um tipo de doença racial, religiosa, étnica, etc; para fomentar o combustível vital da raça humana.
É impossível predizer o quanto desse ódio será visto e acompanhado pelos que estão vivos hoje. Mas uma coisa é certa: o fim está próximo, meus amigos, está tão próximo que chega a sussurrar em nossos ouvidos. Sussurra palavras de ódio e diferença doentia em um mundo que deveria ser unido pela diferença e que deveria viver a agora tão fantasiosa e irreal paz.
Por fim, mas não menos importante, uma poesia que fiz inspirada no ódio pelo ódio das pessoas que tem ódio, ou melhor, enquanto pensava nesse texto:
Maldito ser humano
Quem és tu
para ser movido a ódio
e sentimentos mundanos?
Quem és tu
para incriminar o negro,
escravizá-lo
e jogá-lo à esmo?
Quem és tu
para queimar judeus,
pessoas que tiveram os
mesmos sonhos que os seus?
Quem és tu
para massacrar homossexuais,
dizendo que eles não têm
direitos iguais?
Quem és tu
para impedir a entrada de imigrantes
e incriminá-los simplesmente,
no mesmo instante?
Tu és um ser repugnante.
Se esconde de boas intenções, amor,
mas não sobrevive
sem seu ódio errante.