Vou continuar um texto deste blog, o qual foi escrito em dezembro de 2014: "Um monstro chamado machismo". Para fins de esclarecimento, e também para o leitor não perder seu tempo caso ache que esse é um texto feminista, vou lhe adiantar minha opinião quanto a essa questão: sou igualitária, acredito que tanto homens e mulheres têm as mesmas capacidades, e defendo-os da mesma forma, na busca da igualdade absoluta. E é claro, caro leitor, V. Sa. está de diante de uma crítica igualitária.
É inquietante, degradante e horripilante como o tal monstro, referido neste texto, está enraizado na sociedade. Isso mesmo, enraizado. Posso até fazer uma breve analogia a tal comportamento com uma série que acompanho atualmente do grande diretor Guilherme Del Toro, o The Strain.
Tal série, caso o leitor não a conheça, se trata de uma criatura estranha, parecida em partes com ao vampiro. Mas este, não apenas suga sangue, por um órgão um tanto curioso: uma língua gigantesca envolvida de garras que paralisam a vítima, ele deposita uma grande quantidade de larvas, estas se infiltram na pele do hospedeiro e lá o transformam como igual, e assim consecutivamente, até ser morto, o que não é uma tarefa fácil.
É assim o machismo, uma espécie de doença, que ao encontrar uma vítima, o faz de hospedeiro, e assim por gerações, até vir o bom senso e pesamento libertário individual que faz a pessoa se libertar de tal larva.
Querendo ou não, você, ao andar por aí, dá uma topada com uma pessoa, transformada pelo monstro, louca para depositar em você suas larvas-parasitas. Essa pessoa, independente da sua opinião sobre o assunto, não está nem aí com o que você pensa, o vê como uma pessoa a ser oprimida. Engraçado é você tentar inverter a situação, tentar oprimir o opressor. É algo um tanto quanto curioso, pois, dependendo de cada pessoa e/ou situação pessoa, esta não o vê mais como pessoa a ser passível de convívio, ela se sente humilhada e quer distância de um "concorrente" como você.
Irei fazer um breve comentário (que confesso, se tornou extenso), de interessante reflexão ao leitor, sobre o primórdio, mais pra início de tal propagação machista. Historinha da humanidade contada aos cristãos: "Deus criou o homem e a mulher a sua imagem. O homem veio primeiro do barro *Plim*, e logo em seguida, da costela deste veio a mulher *Plim*." -Peeeeeera aí! Donde inventaram que o nascimento dá-se através das costas de um homem feito de barro? Por que a mulher, como genitora-hospedeira assim digamos, do filhote da espécie, não veio antes do homem, para assim ele aparecer?-
Continuando: "(...) Aí Deus todo poderoso do céu e da terra tem em sua posse um enorme e invejoso jardim, onde esses dois humanos são colocados para viver, com regras é claro, e observado pelo Deus às escondidas, salve Pedro Bial. Por tentativa de não fazerem cagada (que se tornou mais por erro induzido), o papi falou aos filhinhos (que por curiosidade, praticaram incesto): Eva (por que diabos Eva e não Adão?), não coma do fruto proibido. Eva que tem em si um pouco de sangue polaco, por teimosia, fez o contrário, seduzida pelo capiroto disfarçado de serpente." Não era mais fácil falar pra ficarem longe do capiroto, e consequentemente falar que o "fruto proibido" tava envenenado?
Enfim, caro leitor, certa historinha dá-se a pensar o que? Que desde essa data não identificada nos livros científicos, essa lenda (como eu vejo), impôs o machismo logo de primeira, de supetão, assim dizer. Mulher vindo após o homem, mulher como pecadora, mulher como não leal... etc. E este dado como livro sagrado o qual o cristão deve entendê-lo à vida toda, sem sequer entender suas entrelinhas.
Voltando...Posso fazer até mais uma comparação, desta vez com o capitalismo. O que é o machismo, nada mais do que uma espécie de opressão ao oprimido? Não estou falando aqui do capital, como é no capitalismo, mas nesse caso, de interesses, relações, estas diversas, no dia-a-dia, onde deparamo-nos com tal cenário.
O homem, ao vir de uma família e/ou cultura machista, ao se casar com uma mulher o usufrui de tal monstrinho. Na sua infância, ao ver a relação dos seus pais, estes oriundos também de uma cultura machista, se vê fadado a repetir tais atos: o pai impõe regras, autoridade na família, trabalha, e fica o dever de a mãe cuidar da casa, dos afazeres domésticos e cuidar dos filhos, aquele velho nhe nhe nhén de submissão.
A mulher, por também vir da cultura machista, muitas vezes é na maioria das vezes, machista. E o que faz? Se deixa oprimida pelo opressor, faz as coisas que lhe foi imposta porque conviveu com isto a vida toda, o que aconteceu com ela, aconteceu com os pais delas também, e para ela é nada mais nada menos que um exemplo a se seguir, o "certo". E se fugir do que é imposto como modelo perfeito, a pessoa é vista como um estranho, um dito causador de desordem e paz mundial.
A mulher, apesar de seu reconhecimento na atualidade ainda é vista como inferior, incapaz em relação ao homem, porque não somente os homens as veem como tal, mas as mulheres se auto aceitam nessa dita inferioridade.
Posso dizer que eu, vindo de uma cultura e família machista batalhei bastante para a aceitação de minha opinião e liberdade. E isso não é uma tarefa fácil, é algo que se você acha como certo, quer isso pra você, deve lutar com garras e dentes, e principalmente, ser forte. Mas ainda assim, devo manter minhas adagas sempre em mãos, pois a larva sempre está tentando uma busca fracassada de entrar em minha mente.
Assim o digo para você, mulher, que se viu ou ainda se vê diante do mesmo cenário de que eu, enfrentar esse monstro, pois apesar da força que ele tem, nada é melhor do que sua valentia e perseverança pra lutar contra ele. Digo isto porque é algo muito comum, vejo isto em meu convívio social, famílias oprimindo jovens mulheres, que há muito conquistaram sua maioridade, se veem impotentes diante de tais ideologias à muito, passadas.
Mulheres, é hora de dizer chega! Chega de opressão, chega de violência, chega de acharem e acharmos que somos coitadinhas. É hora de olhar para o espelho e enxergar além, enxergar sua essência, o que você realmente é, o que você realmente quer, e lutar por seu ideal, pela sua felicidade.
Homens, é hora de matarmos essa larva parasita. Chega de oprimir, levar adiante a gerações tais ideologias, e tratar, enxergar a mulher ao seu lado, ao seu redor, como igual.
Porque liberdade é algo que quase todos têm, só não sabem como usá-las e lutar por ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário