quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Terráquios aflitos

   O fim está próximo, e somos avisados desse fenômeno via email, fax, telefonema, ou via porta pelas testemunhas de jeová, é incrível a comunicação em massa dos maias. Se você acha que haverão tsunamis, furacões, chuva de sapo, esqueça, mudar a rotina é o lema: deus irá revelar sua incrivelmente estonteamente fantasticamente misteriosamente face, luci ficará com invejinha e postará no facebook sua indignação, escreverá indiretas no msn, e revelará a sua também, o que possibilitará uma guerra de quebra de braço, em cima de nosso querido lar.
   
    Tão preocupados com o destino de nossa praticamente inofensiva terra, pinguços vão em bar e estouram o fiado, quebrando as monarque, reclamando o quão prestativas foram no decorrer da existência. Cachorros trancarão seus donos em suas casinhas, e roubarão dinheiro dos fiéis, dizendo que sempre quiseram fazer isso. Caso começar os tsunamis, sua mãe vai gritar: Recolhe as roupa do varal! Desligue essa porcaria de computador! E seu pai irá correr ao redor da casa dizendo que vai acabar o mundo. Sua vida será a mesma depois disso, você vai acordar cedo pro trabalho, e ouvirá reclamações de sua mãe dizendo que você não faz nada, além de não fazer nada.
   
   Facebookeiros de plantão viraram uma mídia jornalística em decadência, quando não tem o que anunciar e anuncia qualquer pingo que cai do céu. Acham que só porque tem internet em casa e quando a mãe sai de casa pra comprar leite no mercado é que podem infestar seu feed de notícias com qualquer tareco. Mark Zuckenberg foi mais esperto: criou bloqueios impermeáveis de tarecos para nós, queridos e estimados usuários.
 
    A aflição é presente no dia a dia desses terráquios, pois eles querem emoção, chorar quando o Roberto Carlos canta e berrar quando um sapo faz visita inesperada em sua casa. Se você espera que não haverá aflitos nessas últimas horas, esqueça, vai ver o ratinho com a vó, e desligue o celular, vai que a claro te manda mais mensagens pra não te deixar mais forever alone.

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