sábado, 6 de dezembro de 2014

Um monstro chamado machismo

  Em uma época onde se há uma busca de direitos e igualdades diante a homofobia e o preconceito aos ateus, principalmente, ainda temos um monstro de longa data um pouco mais oculto que os demais: o machismo.
   
  Mulheres que viveram e lutaram contra uma época dominada pelo machismo em meados dos anos 80, provavelmente dizem que a nova geração de mulheres está em uma zona de conforto, pois os direitos e igualdades lutados por elas naquela época, já foram conquistados e não há mais com o que lutar e discutir. Mesmo com mulheres dentro de escolas, universidades, no meio do mercado de trabalho, ainda há preconceito, não somente nesses ambientes, mas principalmente no próprio lar. 

  Isso começa desde a infância quando determinam sexo por cor (o famoso rosa e azul); brinquedos incentivados a futuras tarefas como: menina com boneca representando uma futura mulher cuidando do filho; menino brincando de carrinho imaginando seu futuro como motorista; menina brincando de casinha; etc.

   O menino não tem o mesmo direito da menina de brincar de casinha, ou com a boneca? Ele não seria um futuro homem com o qual terá que lidar e aprender com coisas como atividades domésticas e ser pai? A menina não pode brincar de carrinho também, imaginando seu futuro como motorista e mulher independente? Podem parecer brincadeiras inocentes, mas por trás há esteriótipos ocultos.

   Brinquedos e brincadeiras não devem ser somentes práticas incentivadoras para um futuro não tão distante, há coisas que somente devem ser aprendidas quando tiverem idade e quando for realmente necessário. O que é vital para crianças em fase de desenvolvimento é incentivar a brincadeiras que estimulem a inteligência, a descoberta, e a criatividade. Essa fase é muito curta, não se deve disperdiçá-la forçando-os a aprenderem coisas desnecessárias no momento.

  Em uma simples compra em uma loja, normalmente quando uma pessoa vê algo de determinada cor pergunta se não tem para menino ou para menina. Aí vem a pergunta: cor determina sexo? Infelizmente para muitas pessoas a resposta é sim. Lembro-me de uma vez  ter ido em uma loja atrás de um par de tênis, e o que mais me chamou a atenção era um que estava na sessão masculina. Falei pra vendedora que queria aquele, mas ela me repreendeu falando que era para homem, fui insistente e fiquei com o par falando que era verídico que era unissex. 

    Dou graças aos modelos e cores unissex, pois nem todas as mulheres gostam de tudo feminino, gostam de coisas casuais e simples também, mas nem por isso deixará de ser mulher. 

   Na minha opinião, o que diferencia um homem de uma mulher além do órgão genital e de diferenças físicas, é de que a mulher é um pouco mais sentimental que o homem e ele tem de ser mais racional, mas isso depende, há pessoas e casos, pois há homens muito sentimentais e mulheres muito racionais.

  A cantora Madonna deu um grande salto e mudou totalmente o cenário feminino no mundo das celebridades. Em um momento em que as pessoas começavam a dar espaço ao gênero feminino, com músicas sensuais, estilo sexy, videoclipes e performances ousadas, Madonna foi um choque sendo muito criticada, principalmente por pessoas e familias conservadoras que diziam que suas músicas promoviam o sexo antes do casamento e comprometiam os valores da família.

   Ela foi influência principalmente por ter popularizado a imagem de mulher poderosa e sexy, criando uma ideia de liberdade, desconstruindo a ideia de que a mulher deve ser somente uma pessoa devotada à familia.

   Muitas pessoas ainda tem aquela ideologia machista de que mulher não pode isso, aquilo, porque é feio, imoral, etc, mas então quer dizer que só o homem pode? Mulher bebendo é feio, mas homem chegando bêbado em casa e possivelmente maltratando a família é bonito?
 
   Muitas famílias conservadoras repreendem suas filhas adolescentes quanto ao sexo. Fogem totalmente do contexto real do significado, alguns mais religiosos dizendo que é pecado antes do casamento, e outros dizendo que sexo só traz filhos, dando um temor à adolescente sem que ela pratique com prazer e sem medo.

   Sabemos que é constrangedor falar com os filhos com algo tão complexo quanto o sexo, mas dar-se-a transmitir que aquilo não é bom, que tira os valores da pessoa, é pior do que não falar. É bom que pais e campanhas ensinem ao jovem de que a proteção é totalmente necessária e vital, pois muitos sem o mínimo conhecimento de uma relação sexual muitas vezes levados pelo momento, tomam atitudes imaturas que poderão transformar totalmente o futuro daquele jovem.

  Conheço algumas pessoas que se sentem inferiores quanto ao homem no quesito relação sexual, transformando o homem ativo em um monstro que quer sexo a todo momento. Esse pensamento quebra um pouco um bom relacionamento, pois uma relação sexual saudável é vital em um relacionamento, melhora a intimidade e o companheirismo do casal. A mulher não precisa repreender seus desejos, muito pelo contrário, deve aproveitar, conhecer novos métodos e inovar, pois isso não somente melhora seu desempenho, bem como a relação.

   Assim como há homens feministas, há mulheres machistas. O segundo caso vem de gerações, costumes e cultura, há pessoas que acompanharam essa mudança no cenário feminino e mudaram suas ideologias, mas há outras que não, infelizmente pararam no tempo e não há o que mudem ou que os façam repensar um pouco sobre o assunto.

   As mulheres podem sim estar um pouco em uma zona de conforto quanto a busca de direitos e igualdades, como dito no início desse texto, mas atualmente lutar contra o machismo está sendo uma luta individual, dentro de casa, principalmente. Como vindos de uma geração que já veio com o conceito de igualdade entre os gêneros, há muito choque com os das gerações passadas.

   Você mulher, não se deixe levar por ideologias e opiniões machistas, ame alguém que lhe trate como igual, que lhe respeite e lhe dê seu devido espaço, uma relação amorosa não é aquela em que o homem é responsável por proteger e cuidar da mulher, mas sim ambos terem afeto, carinho e proteção ao outro em uma mesma medida.

   E por fim, não seja preconceituosa quanto à mulheres mais liberais, pois cada um tem direito e  faz o que bem quiser, sem precisar dar satisfações à terceiros.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A necessidade de coisas especiais

  Já parou pra pensar a quantidade de dias que têm uma descrição especial que é comemorada ou é apenas lembrada? Dei uma olhadela rápida em um site, e deu pra notar que praticamente todos os dias são dias de algo, ou mais precisamente, algos.

  E aí me pergunto: qual a necessidade de tais fatos com tanta frequência? Seria para nos lembrarmos de tantos feitios, profissões, sentimentos, religiosos (praticamente todos católicos), etc., que nosso cérebro um tanto esquecido não seria capaz de lembrar que existem?

  Quase todo o mês tem uma data comemorativa maior estimulada pela mídia. Explodem-se as "promoções", vitrines elaboradas na temática, e se permitirmos, poem-nos na nossa consciência uma obrigação, ou melhor, empoem-nos uma lei de lembrar e presentear, anteriormente ou precisamente na data.

   Isso é tão bem elaborado que caímos direitinho, por exemplo: algumas pessoas mais próximas esquecem de nossa data de aniversário, ficamos um tanto chateados. E isso acontece por que? Porque já acostumemos desde nossa infância receber um abraço e/ou um presentinho de algumas pessoas quando completamos mais um ano de vida, que se esquecerem de tais atos, sentiremos falta.

   Ninguém é obrigado a lembrar ou presentear na data pré-estabelecida. Essa ideia de tornar as coisas mais especiais tornam-as clichês, deixando a normalidade de lado. Não seria legal e estimulante ver vitrines de lojas mais criativas, com temas amplos sem compromissos com datas comemorativas; ser elogiado e receber palavras de carinho e estímulo a qualquer data e hora; e receber surpresas como presentes ou atos gentis de pessoas mais próximas?

  Quantas coisas que esperávamos ou planejávamos serem especiais foram furadas, às vezes tão furadas que mudaram todo o sentido da coisa? O Universo não é todo a nosso favor, imprevistos acontecem sempre, nas horas menos esperadas.

   Lembra como foi seu primeiro beijo? E aí, foi um beijinho doce, digno de honrarias ou uma melação horrorosa que você nem prefere lembrar? Coisas como essa, que quando ocorrem pela primeira vez, não têm necessidade e obrigatoriedade de serem especiais. Como sendo primeiras, podemos não estar tão preparados de  imediato, podem não serem dignas de títulos e honrarias, mas com o passar do tempo, tornam-se especiais, porque você buscou melhorias e aperfeiçoamento.

  Toda essa geringonça de especialismo tornam as coisas supérfluas, fazendo com que esqueçamos de apreciar as coisas e as pessoas sem compromisso e a qualquer momento. Assim como no pôr do sol que varia a coloração e a intensidade a cada dia, assim são os momentos, em constante diferença e mudança. Há alguns  tão pequenos e nem tão bons assim, que não chegam a passar da memória de curto prazo, aquela que tem duração de segundos ou minutos.

  Para que se importar tanto em planejar e tornar as coisas em especiais se não lembraremos delas afinal? Temos tantas coisas em constante movimento de entra e sai em nossa memória, que o mais provável é teremos fragmentos e flashes quando tentar lembrarmos. 

  Cada dia é um dia diferente, não é o destino que o faz, mas sim suas energias e ações. Fazer com que as coisas se tornem especiais dependem de um conjunto em plena cooperação como: humor e disposição de pessoas em primeiro plano e em alguns casos em segundo plano; espaço-tempo; em outras vezes a grana ajuda; etc., essas seriam as que julgo como  principais, variando de casos e ações.

  Enfim, aproveite a vida, os momentos, e as pessoas, sem especialismo e planos desnecessários. Não sabemos quando será nosso dia final, e quando poderá acontecer um imprevisto infeliz. Tentemos ser mais compreensivos e menos cobrantes para com as pessoas, não sabemos como elas se sentem e como seus cérebros realmente funcionam.




domingo, 25 de maio de 2014

Qual é a herança que deixaremos para a próxima geração?

   Todos temos nossas próprias ideias e opiniões acerca do mundo e da sociedade: ideologias e crenças que aprendemos sozinhos e/ou que herdemos. O modo como captamos isso, a forma de aceitação ou discordância, mostrará se seremos mais céticos ou mais crédulos.
 
   Um exemplo prático é o catolicismo. A maioria dos habitantes desse país é católica, e como tal, ensinará costumes e crenças que aprendeu aos seus filhos, eles querendo ou não. Quando crianças, não temos nossa própria opinião acerca de muitos assuntos, principalmente a religião, e aceitamos da forma mais crédula possível.
 
   Por causa do costume e a acomodação, ao crescer fisicamente e psicologicamente, muitas pessoas não tendem a ir em busca de outras religiões, tentar entender a ideologia delas, ao menos pensar se a qual segue é realmente necessária para o entendimento da própria vida, aceitando como a sua a principal e única verdadeira, e, muitas vezes, defendendo-a de forma freneticamente alienada.
 
   Religião realmente é algo muito difícil de entender, não é somente indo as reuniões e praticando os rituais que teremos entendimento. Se formos alienados principalmente nesse assunto, seremos facilmente manipulados pelas pessoas que tem o poder da retórica, seremos somente mais um peixinho na rede.
 
   Já parou para pensar o que vai ensinar aos seus filhos, ou futuros filhos? Se eles vão aceitar credulamente ou ceticamente? Você vai ensinar o que acha que é melhor, ou vai ensinar o que é o melhor? Vai deixar escolhas?
 
   Aprendemos muitas coisas com os nossos pais, coisas que eles acham que é melhor para nós e algumas coisas que na forma de educar que discordamos, achamos erradas. Nenhuma família é "perfeita", todas têm seus altos e baixos, principalmente quando os filhos já estão grandes o suficiente para reclamar seus direitos e ter suas próprias opiniões. 
 
   De início, muitos pais irão se revoltar com muitas escolhas dos filhos, nessa "reclamação por liberdade", e na mudança ou pequenas alterações de personalidade, porque eles já não têm mais o controle da situação, seus filhos já cresceram de muitas formas e eles ainda o querem como antes. Muitos jovens não aguentam a pressão e acabam fazendo bobagens pelo que era somente a aceitação e/ou entendimento inicial dos pais.
 
   Muitos têm a ideia errônea de que criar um filho é somente cuidá-lo e protegê-lo de todos os caprichos do mundo, querê-lo como sua cópia perfeita, mas não, criar um filho é formar mais um humano capaz de fazer o imprevisível, de ser o imprevisível, e principalmente mudar as coisas ao redor.
 
  Alguns pais se culpam pelo que os filhos se tornaram de ruim e/ou algo que não gostam, atribuindo à possibilidade de ser uma falha na educação. Mas isso é também a forma com que os filhos absorveram algumas ideologias ou ideais, achando que as absorvendo diminui ou cicatriza toda uma mágoa que poderiam ter sofrido na infância ou na adolescência.
 
   Querer que o filho pense como os pais, não os deixando escolhas e brechas, é privar de toda a liberdade que eles têm direito, de ser um possível humano brilhante, gênio, e principalmente uma pessoa melhor para com as outras. Cada pessoa tem uma característica única, é o que faz com que sejamos diferentes. Não queira que alguém seja igual a você, é desperdício de tempo. 
 
  Deixe de herança o melhor para seus filhos, mas seja aberto também a discordâncias e críticas construtivas, porque todos temos falhas em alguns aspectos. Não queira dar a mesma educação que recebeu, existem épocas, pessoas e situações diferentes.
   

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A matemática das relações pessoais

  Já parou para pensar o quanto as pessoas ao seu redor significam? Se elas somam, diminuem, dividem, multiplicam ou simplesmente são neutras, não tem algo a dar ou tirar na sua vida? 
 
  Vivemos do novo, da experimentação. Um exemplo prático disso é quando entramos em um novo círculo social, seja de pessoas que têm algo em comum, seja no colégio/faculdade, ou em um novo ambiente de trabalho. Por ser totalmente novo, pode ser que não conhecemos praticamente ninguém em qualquer ambiente desses, pode ser que haja o conhecimento visual de alguma ou algumas pessoas. E aí, você confia, ou conta sobre a sua vida pra qualquer um que perguntar sobre ela?  
 
  Em um novo ambiente de trabalho qualquer pessoa pode ser um bode expiatório. Como você é uma pessoa nova e quase ninguém a conhece, o patrão pede para que saibam mais sobre você, sobre sua personalidade, etc., para ver se é digno de confiança, e qualquer deslize pode ser um ponto a menos na sua vida profissional, isso é normal em qualquer ambiente de trabalho novo. Mas, você teria auto controle e cautela nesse caso?
 
  Quando você conhece a pessoa a pouco tempo e está convivendo com ela, é muito difícil saber se ela realmente está do seu lado. Dificilmente você saberá a resposta logo de início, normalmente a resposta vem por acaso, ou depois de uma prova que eu diria que é a prova de lealdade, quando algo acontece e o final dela depende da pessoa que vai provar se é leal a você ou não.
 
   Cautela é um ponto a mais nesse seu novo ambiente social, porque as pessoas são imprevisíveis. A pessoa pode estar numa boa e aí do nada ela estoura (a chamada pessoa pavio curto), por uma coisa totalmente besta e você tem a sorte de estar nesse lugar na hora errada e ouve coisas desagradáveis. Se você for uma pessoa cautelosa, vai ouvir isso e ignorar porque não vale a pena dar trela a esse tipo de coisa, porque num momento de raiva essa pessoa será imprevisível ao quadrado.
 
   Um tipo de pessoas que ninguém gostaria de conhecer são os "zeros à esquerda". São os tipos de pessoas que não evoluem, que falam mal, que querem saber de coisas que não adicionarão nada em sua medíocre vida. Definitivamente estacionaram na evolução e não te adicionarão absolutamente nada, ao contrário, te diminuirão, se você deixar.
 
   É bom repensar em amigos, colegas e até melhores amigos. Às vezes é necessário fazer uma faxina em nossas relações, retirar alguns e adicionar outros. As pessoas mudam, e com elas o valor que elas têm pela amizade. As pessoas vêm e vão, não devemos se apegar muito a elas, tão pouco supervaloriza-las em troca de desprezo.
   
   E acima de tudo, questione-se. Uma dúvida vale muito mais que uma afirmação precipitada.
   

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A arte de palpitar

 Opinião, ideia, sugestão, até aí tudo bem. Mas quando o palpite vira uma coisa tipo opinar a vida alheia e/ou coisas que não vem ao seu conhecimento, aí é outra coisa. Vira um "palpite idiota", aquela coisa que a pessoa devia guardar para si, que não vem ao cabimento dizer. A garganta fica fazendo cócegas, com vontade de dizer: ninguém pediu sua opinião. 

  Coisas como o que você fez/ faz /irá fazer, gostos aleatórios no seu trabalho, em casa, e/ou na escola, o palpite idiota está a sua espreita, esperando um momento oportuno de dar as caras.
  
   As pessoas adoram falar da vida de outras pessoas, principalmente mal. Nem se dá o conhecimento se tal pessoa é realmente como aparenta ser, mas tá criticando. Essas pessoas acham que todos têm uma caixinha escrita: "compro opinião alheia". Não seria legal: - O que você acha da Joana? - Eu não conheço ela, mas aparenta ser legal. Ou: - Eu não conheço ela, mas não curti ela muito não. Mas não, não é assim, por incrível que pareça é assim: - O que você acha da Joana? - Aquela puta desgraçada? Ah só com aquela roupa de Tati-Quebra-Barraco já desvia a atenção de qualquer marmanjo.

  Isso é quase a tradução de uma rede social de perguntas e respostas: o Ask.fm. Nada contra uma pessoa ter uma conta nessa rede social, eu até tinha uma conta no antigo Formspring. Qual a diferença entre as redes? Quase nenhuma, somente o fato de que no ask as pessoas compartilham em outras redes sociais as respostas irônicas, tipo eu "tô podendo", o que no formspring não era feito com tanta frequência. Você não precisa esfregar na cara das pessoas suas ironias, seus mal-dizeres, e xingões aos palpites descarados, ou popularmente dizendo: "Sai daqui recalque!". Porque o facebook era para ser pura alegria, pô.

   Ninguém é alienado e tem conhecimento a todos os assuntos. Se você não sabe de algo sobre o que as pessoas estão falando, ou não gosta sobre o que elas estão falando, não fale ou simplesmente saia de perto. Você não vai parecer um idiota se não souber o que dizer, e tão pouco precisará bancar uma pessoa popular e/ou um sabichão da vida.