domingo, 12 de junho de 2016

Um complexo de sentimentos chamado amor

    Há um ano, aproximadamente, falei sobre algo parecido neste blog. Pensei em alongar o texto como fiz com o último, mas como somos seres em constante transformação e aprendizado, resolvi  escrevê-lo novamente, com minha visão atual, que difere em alguns sentidos da antiga.

  É notório tal sentimento estar presente em nossas vidas, em muitos sentidos, não apenas o romântico, típico casal branco hétero capitalista. Alguns, na falta deste sentimento na família, tanto por parte de pai, mãe, irmãos, ou quando se veêm afastados deles, na concepção de terem tido um grande laço afetivo, e na falta deste carinho, buscam-o cegamente em alguém a qualquer custo. Mas isso é relativo, pois há muitas pessoas que não tendo muito carinho e proximidade com a família, acabam vendo que ficar sozinho não é algo ruim, desde que bem aproveitado.

   Quem vai atrás de uma busca cega pelo amor é perda de tempo. Porque às vezes a falta de algo pode ser preenchida com outra coisa, não necessariamente o amor. O amor não é qualquer pessoa que bate à sua porta oferecendo aconchego e atenção, não é o que bate à sua porta lhe exaltando e dizendo que faria tudo por ti. Aceitar qualquer uma dessas gentilezas (ou não) à sua porta, é mendigar o amor, é fazer de algo bonito ser esdrúxulo, medíocre.

   Ao sair de um relacionamento longo, independente de quem saiu na pior, o sentimento é de vazio, porque é acostumado com o outro ao seu lado por um bom tempo, na ignorância de que só a pessoa lhe preenche o vazio que a ela mesma inventou. Quem consequentemente se afastou dos seus círculos de amizade por causa deste amor, sente-se muito só, e tenta buscar o alívio em outro amor, um amor qualquer, sem saber ao certo do que precisa no momento. E aí vem as mágoas e corações partidos, porque o que você realmente precisava não era de amor, muito menos um amor qualquer.

   Uma dica para quem se vê nesta situação é recomeçar de novo, fazer novas amizades e curtir a vida como solteiro. Não digo no sentido de viver de pegação, essas coisas, mas sair mais com amigos, beber, fazer o que realmente gosta, aprender a ficar sozinho, se deixar conhecer novos lugares e pessoas interessantes. Às vezes o que lhe falta mesmo é saber quem realmente é, para no próximo passo, saber onde ir. Quando você se conhece, você começa a ter a consciência do que quer. Aí fica mais fácil de reconhecer o que não é de seu interesse, o que não lhe faz bem, e na primeira oportunidade, cair fora.

   Algo que aprendi nos últimos tempos, é reconhecer energias. E tal aprendizado é de muita importância, pois é como a lei da atração: as energias se atraem, tanto as positivas, como as negativas. Reconhecer elas em pessoas é algo instantâneo, não exige formalidade para aproximação, nem nada, simplesmente acontece. É algo importantíssimo, pois assim saberá se dará certo com a pessoa ou não. E a partir daí é só deixar levar, sem expectativas nem nada. Deixar a energia fluir e seguir caminho, seja qual caminho ela for. Se unir à ela, é aumentar o campo eletrostático e consequentemente aumentá-lo com pessoas na mesma sintonia.

   O amor é algo somatório, o qual a pessoa está contigo para somar: interesses, experiências, aprendizados e muitas outras coisas boas. Quando vira em estresse, brigas, cobranças, isso de longe é amor. É só aquele sentimento falso de amor, alimentado por boas doses de paixão.

    Deve-se também após ter consciência do que quer, para saber onde ir, o seu tempo para cada coisa. Há tempos que o amor pra gente não é uma boa, não é um bom momento. Porque ao aceitar uma pessoa como cônjuge, um par amoroso, é aceitar a carga toda que ela traz e trará, inclusive pessoas e situações. E às vezes, na nossa calmaria, não necessitamos dessa complexidade.

   Às vezes, o que faz com que façamos coisas erradas somos nós mesmos, sem nossa capacidade de auto-conhecimento, não saber a hora de partir, nem a de ficar. É as vezes deixar o outro alheio e ignorante quanto à situação, conduzir, aceitar conselhos desnecessários, que só pioram a situação.

  O amor é um passarinho de verão, voando sem destino, que ao acaso o encontra para voarem em várias direções. O amor é ser livre e aceitar a liberdade do outro sem preconceitos, com aceitação e reciprocidade, com o entendimento de que a pessoa não é uma posse e não é seu pra fazer o que bem entender. O amor é algo bom, desde que bem aproveitado, no momento e com a pessoa certa.