Todos temos nossas próprias ideias e opiniões acerca do mundo e da sociedade: ideologias e crenças que aprendemos sozinhos e/ou que herdemos. O modo como captamos isso, a forma de aceitação ou discordância, mostrará se seremos mais céticos ou mais crédulos.
Um exemplo prático é o catolicismo. A maioria dos habitantes desse país é católica, e como tal, ensinará costumes e crenças que aprendeu aos seus filhos, eles querendo ou não. Quando crianças, não temos nossa própria opinião acerca de muitos assuntos, principalmente a religião, e aceitamos da forma mais crédula possível.
Por causa do costume e a acomodação, ao crescer fisicamente e psicologicamente, muitas pessoas não tendem a ir em busca de outras religiões, tentar entender a ideologia delas, ao menos pensar se a qual segue é realmente necessária para o entendimento da própria vida, aceitando como a sua a principal e única verdadeira, e, muitas vezes, defendendo-a de forma freneticamente alienada.
Religião realmente é algo muito difícil de entender, não é somente indo as reuniões e praticando os rituais que teremos entendimento. Se formos alienados principalmente nesse assunto, seremos facilmente manipulados pelas pessoas que tem o poder da retórica, seremos somente mais um peixinho na rede.
Já parou para pensar o que vai ensinar aos seus filhos, ou futuros filhos? Se eles vão aceitar credulamente ou ceticamente? Você vai ensinar o que acha que é melhor, ou vai ensinar o que é o melhor? Vai deixar escolhas?
Aprendemos muitas coisas com os nossos pais, coisas que eles acham que é melhor para nós e algumas coisas que na forma de educar que discordamos, achamos erradas. Nenhuma família é "perfeita", todas têm seus altos e baixos, principalmente quando os filhos já estão grandes o suficiente para reclamar seus direitos e ter suas próprias opiniões.
De início, muitos pais irão se revoltar com muitas escolhas dos filhos, nessa "reclamação por liberdade", e na mudança ou pequenas alterações de personalidade, porque eles já não têm mais o controle da situação, seus filhos já cresceram de muitas formas e eles ainda o querem como antes. Muitos jovens não aguentam a pressão e acabam fazendo bobagens pelo que era somente a aceitação e/ou entendimento inicial dos pais.
Muitos têm a ideia errônea de que criar um filho é somente cuidá-lo e protegê-lo de todos os caprichos do mundo, querê-lo como sua cópia perfeita, mas não, criar um filho é formar mais um humano capaz de fazer o imprevisível, de ser o imprevisível, e principalmente mudar as coisas ao redor.
Alguns pais se culpam pelo que os filhos se tornaram de ruim e/ou algo que não gostam, atribuindo à possibilidade de ser uma falha na educação. Mas isso é também a forma com que os filhos absorveram algumas ideologias ou ideais, achando que as absorvendo diminui ou cicatriza toda uma mágoa que poderiam ter sofrido na infância ou na adolescência.
Querer que o filho pense como os pais, não os deixando escolhas e brechas, é privar de toda a liberdade que eles têm direito, de ser um possível humano brilhante, gênio, e principalmente uma pessoa melhor para com as outras. Cada pessoa tem uma característica única, é o que faz com que sejamos diferentes. Não queira que alguém seja igual a você, é desperdício de tempo.
Deixe de herança o melhor para seus filhos, mas seja aberto também a discordâncias e críticas construtivas, porque todos temos falhas em alguns aspectos. Não queira dar a mesma educação que recebeu, existem épocas, pessoas e situações diferentes.