segunda-feira, 1 de abril de 2013

Iscas sociais

   As redes sociais deram um grande salto na comunicação. As empresas têm mais poder e contato com clientes do que com outros meios de comunicação. Mas sempre haverão pessoas que caem nessas iscas sociais e extravasam o sentido real das redes.
 
   Há pessoas que de tão plugadas, criam outras facetas no mundo virtual, como por exemplo, a moça raivosa, briguenta, vira a melancólica, a chorona; o rapaz tímido, transforma-se num Don Juan, e possivelmente num Arnold Scwarzenegger virtualmente.
 
    Há os que acham que as redes sociais são uma espécie e mercado livre, uma feira humana, onde expõe seus "melões", suas "melancias", e/ou seus "tanquinhos". Os repórteres, que noticiam tudo o que fazem, chek-in banheiro da rodoviária, chek-in house da Tiloca, chek-in boteco do Nentho comprando paçoca, e, além de noticiar, tem que fotografar também: #partiu #missa #encontrar #xessuis e #meafogando #pãoseco #xaxixo #guarapa. Tem ainda os "brutos, rústicos, e sistemáticos", que só por escutar Gustavo Lima e ter um par de butinas compradas no cestão do lojão no rapa estoque, se acham os caipiras. Os revolucionários, que querem mudar o mundo e que nas redes sociais se dizem ateus, mas na verdade não saem da esquina sem estar nas barra das saias das mães. Enfim, há uma variedade de tipos de peixes, e o bom disso, (acreditem: tem o lado bom) é o de você saber quem é a pessoa com quem você tem/gostaria/queria/agora não quer mais ter contato, e de possibilitar um ladrão de roubar uma casa.
 
   Muitas pessoas utilizam as redes sociais desnecessariamente, deixando-a ridícula, postando sua vida incrivelmente monótona, para que os outros saibam ali, abertamente. Tiram foto do presente que ganharam, delas mesmas agonizando em um leito de hospital, choram suas dores de cotovelo, seus amores platônicos, e blá blá blá, fazendo um vulgo dicionário adolescente. E ficam plugadas nas redes o dia todo, como se a vida não tivesse emoção sem alguém saber o que você fez, ou irá fazer, sem alguém elogiar, parabenizar, etc., etc., enxergando um curtir não como um apoio agradável, um concordo com você, e sim como um "abraço", para eles não se sentirem tão "alones" assim.
 
    É claro que as redes sociais não deixam de ser boas e úteis, como ter contato com parentes e amigos distantes, conhecer novas pessoas, ou conhecer ainda mais algumas pessoas, ver fotos de diferentes lugares, compartilhar informações úteis, descontrair com um humor negro, ou não, e claro, reclamar, criticar serviços de empresas.
 
   Se você não se encaixa em nenhum desses atributos citados anteriormente, parabéns, clap, clap (som de uma palma se encontrando voluntariamente em alta velocidade e frequência, com a outra), você é um ótimo navegador, seu barco/canoa/jangada não afundou, você não virou peixe/boto/piranha/lula molusco e não caiu na isca.
 
   Nada podemos fazer, enquanto os seres humanos tornarem o útil ao desagradável, mas né, é isto que torna os humanos, humanos.